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Sinopsis
Do mesmo autor do famoso romance Gente Feliz com Lágrimas. Há histórias, personagens, invenções sobre o mundo que podem viver connosco durante anos e anos, ser parte do nosso imaginário e suscitar em nós a linguagem dos chamados «grandes sistemas» políticos e sociais do nosso tempo. Esse é o caso desta novela. O autor trouxe-a consigo de estação em estação, de livro para livro, em momentos de pausa, pulsão de reescrita e obra inacabada, por entre outras ficções - como um texto que estivesse à espera da sua própria completude, para só então existir fora de quem o escreveu e criou. A Divina Miséria separa-se definitivamente do seu autor para adquirir vida própria e propor-nos a imagem do obscurantismo moderno, os poderes terreno e divino como tema de uma literatura que tenta forçar os limites da própria imaginação. Eis um ser vivo à margem do seu criador. É de uma nova «trindade» que esta novela nos fala: o triunfo da religião sobre a morte simbólica da Igreja, a rota de colisão entre o humano e o transcendente, a grande potência invasora do mundo de hoje, mais forte do que Deus e senhora absoluta dos homens.